quarta-feira, 8 de novembro de 2017

MTD OCUPA CÂMARA MUNICIPAL e INTERROMPE REUNIÃO

Sem-teto ocupam Câmara Municipal

Cerca de 50 integrantes do movimento de trabalhadores MTD exigem audiência para evitar despejo de famílias

Márcia Vieira
Montes Claros
07/11/2017 - 20h21 - Atualizado 20h2
O NORTE 



Aos gritos de “Prefeito, eu quero morar. Sem moradia, o que nos resta é ocupar”, cerca de 50 pessoas do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) invadiram a Câmara de Montes Claros nesta terça ,7, para pedir a interferência dos vereadores na garantia do direito do grupo à moradia. Com o tumulto, a reunião ordinária em que quatro projetos do Executivo seriam apreciados teve que ser cancelada.
A manifestação foi pacífica e não houve registro de incidentes. No entanto, a ocupação do plenário impediu que a sessão fosse retomada. 
“As reuniões são abertas e a manifestação é legítima. Pedimos que aguardassem os pronunciamentos para fazer uma reunião dos moradores com a comissão, mas diante do tumulto, encerramos a reunião para garantir a segurança dos presentes e chamamos a polícia, que fez um Boletim de Ocorrência (B.O.), até para que isso não se torne repetitivo”, disse o presidente da Câmara, vereador Claudio Prates.
A ocupação “Unidos Venceremos” está instalada há quatro meses em um terreno no Distrito Industrial. São 230 famílias alojadas em barracos de lona, mas devido a uma decisão judicial, os ocupantes terão que deixar o local.
“O terreno tem um suposto dono, mas ele não usufrui do terreno, que está ocioso há 40 anos sem cumprir sua função social, por isso foi ocupado. Estamos com ordem de despejo. Viemos aqui exigir uma audiência de urgência para garantir o nosso direito básico, que é o de moradia”, disse Iasmin Chequer, uma das coordenadoras do movimento.

POSSE DEFINITIVA
Questionada sobre a viabilidade da posse definitiva da área, Iasmin destacou que o MTD fará a reivindicação aos governos estadual e municipal para a construção de casas no local.
“Vamos pedir que disponibilizem recursos, porque as famílias também não têm dinheiro para construir. Estamos vivendo em condições sub-humanas, sem água e sem energia. Vai depender da força do povo e do poder municipal desapropriar o suposto dono e indenizar, para que as famílias permaneçam no local”, complementou.
De acordo com Iasmin, a indicação de que a audiência seria o melhor caminho foi dada pelo gerente de habitação do município. 
O NORTE tentou falar com o gestor ou com algum representante do órgão municipal, mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

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