Sem-teto ocupam Câmara Municipal
07/11/2017 - 20h21
- Atualizado 20h2Cerca de 50 integrantes do movimento de trabalhadores MTD exigem audiência para evitar despejo de famílias
O NORTE
Aos
gritos de “Prefeito, eu quero morar. Sem moradia, o que nos resta é ocupar”,
cerca de 50 pessoas do Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos
(MTD) invadiram a Câmara de Montes Claros nesta terça ,7, para pedir a
interferência dos vereadores na garantia do direito do grupo à moradia. Com o
tumulto, a reunião ordinária em que quatro projetos do Executivo seriam
apreciados teve que ser cancelada.
A
manifestação foi pacífica e não houve registro de incidentes. No entanto, a
ocupação do plenário impediu que a sessão fosse retomada.
“As
reuniões são abertas e a manifestação é legítima. Pedimos que aguardassem os
pronunciamentos para fazer uma reunião dos moradores com a comissão, mas diante
do tumulto, encerramos a reunião para garantir a segurança dos presentes e
chamamos a polícia, que fez um Boletim de Ocorrência (B.O.), até para que isso
não se torne repetitivo”, disse o presidente da Câmara, vereador Claudio
Prates.
A
ocupação “Unidos Venceremos” está instalada há quatro meses em um terreno no
Distrito Industrial. São 230 famílias alojadas em barracos de lona, mas devido
a uma decisão judicial, os ocupantes terão que deixar o local.
“O
terreno tem um suposto dono, mas ele não usufrui do terreno, que está ocioso há
40 anos sem cumprir sua função social, por isso foi ocupado. Estamos com ordem
de despejo. Viemos aqui exigir uma audiência de urgência para garantir o nosso
direito básico, que é o de moradia”, disse Iasmin Chequer, uma das
coordenadoras do movimento.
POSSE DEFINITIVA
Questionada
sobre a viabilidade da posse definitiva da área, Iasmin destacou que o MTD fará
a reivindicação aos governos estadual e municipal para a construção de casas no
local.
“Vamos
pedir que disponibilizem recursos, porque as famílias também não têm dinheiro
para construir. Estamos vivendo em condições sub-humanas, sem água e sem
energia. Vai depender da força do povo e do poder municipal desapropriar o
suposto dono e indenizar, para que as famílias permaneçam no local”,
complementou.
De
acordo com Iasmin, a indicação de que a audiência seria o melhor caminho foi
dada pelo gerente de habitação do município.
O
NORTE tentou falar com o gestor ou com algum representante do órgão municipal,
mas até o fechamento desta edição, não obteve retorno.
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