Produto de MOC
é modelo na Argentina
Cooperativa local
apresenta forma de produção em encontro sobre agricultura familiar do Mercosul
Márcia Vieira
O Norte - Montes Claros
15/06/2019 - 07h59
Produtos
do Cerrado e da Caatinga, cultivados nos quintais de agricultores de Montes
Claros, são transformados em polpa e geram renda para 800 famílias que integram
a Cooperativa Grande Sertão. O exemplo de sucesso que une agricultura familiar
e associativismo foi levado para a Argentina para ser apresentado como case na
30ª Reunião Especializada de Agricultura Familiar (Reaf).
O evento, que acontece
mensalmente envolvendo os quatro países do Mercosul mais o Chile, tem o
objetivo de fomentar o setor com a troca de experiências positivas das nações.
“Trabalhamos com várias cadeias
produtivas, principalmente com produtos da sociobiodiversidade do Cerrado e da
Caatinga. São sete sabores de frutas nativas e frutas cultivadas no quintal dos
agricultores, o que dá um total de 17 sabores”, conta o agricultor familiar
montes-clarense Aparecido Alves de Souza, diretor da Cooperativa Grande Sertão,
que levou a experiência ao mercado argentino.
O fruto mais conhecido da região,
o pequi, também é protagonista na cooperativa e aparece de maneira
diversificada. “A cadeia do pequi envolve a produção da polpa do pequi, o óleo
e o pequi congelado em caroço. Já os óleos vegetais, como o de buriti, aparecem
na linha de cosméticos. Enfim, todas essas modalidades que apresentamos tem
valor social, econômico e ecológico agregado. A Reaf é um grande espaço para
mostrarmos tanto para a sociedade civil como para os governos aquilo que pode
ser multiplicado e incentivado”, disse Aparecido.
Em 29 de maio foi lançada, pela
Organização das Nações Unidas (ONU), a Década Internacional da Agricultura
Familiar (2019-2028). O tema serviu de gancho para esta edição do encontro.
Para o diretor de Cooperativismo
e Acesso aos Mercados, Márcio Madalena, representante do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento no evento, o Brasil tem muito a ensinar,
mas ainda há muito a aprender.
“O nosso desafio é gerar renda
para o produtor e fazer do cooperativismo uma ferramenta de acesso ao mercado”.
O próximo encontro será no Brasil e vai unir a Reaf e a RECM, especificamente
voltada para cooperativas.
Rafael Martins, representante do
gabinete da Secretaria de Agricultura Familiar, aponta que desde 2019 há uma
lei que exige que cada município compre ao menos 30% da alimentação escolar da
agricultura familiar. “Esta lei foi impulsionada de uma maneira mais do que
esperada com a criação de cooperativas e associação de agricultura familiar,
que permitiu a entrada de agricultores familiares neste mercado. Em poucos
anos, o número foi multiplicado”.
O secretário técnico da Reaf no
Mercosul, Lautaro Viscay, destacou que nesta edição o evento tratou da sanidade
e produção dos alimentos na agricultura familiar e foi montado um plano de
trabalho para estimular os países a valorizarem o associativismo.
A ex-deputada federal Raquel
Muniz participou do encontro e destaca a importância da agricultura familiar e
do cooperativismo para a geração de renda e para a economia.
“A cooperativa representada pelo
Cido é um exemplo do quanto a união transforma as realidades e é ferramenta
para a geração de renda a partir da agricultura familiar. Durante meu mandato,
sempre defendi os pequenos agricultores, que trabalham a terra e levam produtos
frescos para a mesa do brasileiro. Eles produzem, geram renda, fixam o homem no
campo e são essenciais na economia, principalmente local e regional”, afirma.
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